terça-feira, 17 de novembro de 2009

O teatro e a prática escolar


O teatro na Educação pode ser utilizado com diversas finalidade

Por Alessandra Miranda


O teatro na Educação pode ser utilizado com diversas finalidades: como meio para o desenvolvimento social e psicológico do aluno, como instrumento didático, voltado para o aprendizado de outras disciplinas: Português, História, Geografia, etc. Pode servir como instrumento política para transmissão de uma determinada ideologia ou, ainda, como forma de propor uma atividade prazerosa, “menos séria”, entre uma aula e outra, na escola.


Não podemos nos esquecer, no entanto, de que o teatro na educação é, sobretudo, um fazer e apreciar artístico, e como tal possui uma linguagem específica. Aprender, portanto, o segredo desta linguagem se torna fundamental.

De maneira lúdica, na escola, o aluno, organizará de acordo com o seu universo vivencial, os elementos da linguagem na criação de signos artísticos de grande significação. Manipulando, de maneira lúdica, os elementos teatrais na criação de signos artísticos, os alunos expressam e compartilham uma experiência humana significativa, um modo de ser e perceber o mundo. Tal experiência desperta uma visão nova, diferente daquela que lhes era usual, rotineira, levando-os a romper preconceitos e condicionamentos.

A linguagem teatral tem seus segredos e importância para o teatro na Educação. Existem elementos que fazem parte linguagem, tais como o corpo, a voz, o som, o texto, o cenário, o figurino e os objetos. Por meio do jogo teatral, o aluno poderá transformar os elementos da linguagem em signos artísticos expressivos. A poesia, no teatro, surge, portanto, da manipulação e organização desses elementos e signos.


A prática do teatro na Educação, ao ir além do campo puramente prático e utilitário, tem alcance pedagógico amplo, pois, pela linguagem e sua força expressiva, uma experiência humana significativa será compartilhada por todos. Deste modo, é possível distinguir o pensamento moderno do ensino da arte do pensamento contemporâneo. O primeiro está centrado na livre expressão, no fazer artístico, na originalidade, enquanto o segundo articula três eixos conceituais: criação/produção; percepção/análise; conhecimento da produção artístico-estético da Humanidade, compreendendo-a histórica e culturalmente. Não podemos nos esquecer, no entanto, que o teatro é, sobretudo, um fazer e apreciar artístico.


Na escola, o aluno manipula os elementos teatrais e sua experimentação desperta uma visão diferente daquela que lhes era usual, levando-os a romper preconceitos e condicionamentos.

A magia do teatro está exatamente nessa capacidade de invenção, de criação de uma realidade cênica a partir de um espaço vazio. Viola Spolin (1982) chama de fiscalização a capacidade do ator de tornar real um objeto, ou seja, a capacidade de dar vida a uma realidade cênica por intermédio do uso do corpo no espaço.


Mostrar não é contar; a manifestação física de uma comunicação, a expressão física de uma atitude, usar a si mesmo para colocar um objeto em movimento, dar vida ao objeto; “Fiscalize este sentimento! Fiscalize este relacionamento! Fiscalize esta máquina de fliperama. Fiscalize, dê vida a este gosto!, representar é contar, fiscalizar é mostrar; uma maneira visível de fazer uma comunicação subjetiva (SPOLIN, 1982, p. 340).


Para tanto, realizei na Escola Municipal “Professora Ionyr Bastos Dias”, uma apresentação teatral tendo como foco músicas folclóricas, pois, são de fácil entendimento e tem um apelo afetivo muito grande, principalmente, com as crianças de Educação Infantil, como é o caso de minha sala.

Preparei com eles a dramatização da Música “A Linda Rosa Juvenil” e “o Boi da Amazônia”. Apesar de serem músicas bastante usuais investi em algo que pudesse mobilizar a todos, chamando-os a cantarem conosco caso alguma criança se sentisse intimidada.

Muito se fez em torno desta proposta: figurinos, ensaios, afinar expressões e ritmos, motivar a participação, criar bois com sucata semelhantes ao das tradições folclóricas do Bumba-Meu-Boi. Enfim, este trabalho tomou cerca de dois meses.

Utilizei as mídias pra reproduzir as cantigas em Cd’s e DVD’s, gravei a turma cantando as melodias, fotografei-os durante a apresentação. Espero que apreciem esta maneira simples de despertar o gosto pelas tradições, pela arte e pela aprendizagem individual e coletiva propostas pela idéia.





Um comentário:

  1. Muito legal Alessandra!

    Não sabia que você desenvolvida atividades relacionadas ao teatro.

    Similarmente ao teatro existe o RPG, você já conhece (não é a Reeducação Postural Global) ?

    RPG vem do inglês (Role playing game) e significa basicamente Jogo de Interpretação.

    Para maiores informações clique aqui.

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